A Sessão Extraordinária, realizada ontem, (9/11) pelo Conselho Seccional da OAB/MA aprovou, por unanimidade diversas medidas sobre a situação carcerária do Maranhão, a serem encaminhadas ao Governo do Estado, a partir da rebelião, ocorrida na segunda-feira (8/11), no anexo do Presídio São Luís, no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, quando pelo menos 18 detentos foram mortos, com três deles decapitados.
O presidente da Seccional, Mário Macieira, que esteve na manhã de terça-feira no local, participando da negociação com os presos que resultou no fim da rebelião, feita em conjunto por representantes de outras instituições, descreveu as cenas de horror que testemunhou: “Foi uma coisa escabrosa para quem presenciou aquilo. Eu não sei nem como qualificar, como adjetivar.” Segundo levantamento da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MA, de 2007 até antes da rebelião, já haviam sido contabilizadas 64 mortes de presos no Estado.
A OAB/MA emite, daqui a pouco, uma nota oficial com reivindicações ao Governo do Estado:
_ A imediata apuração do ocorrido, de forma isenta e responsável;
_ Criação da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, com autonomia própria, desvinculada da Secretaria de Segurança Pública;
_Fortalecimento da Defensoria Pública do Estado e de todos os meios possíveis para proporcionar assistência jurídica gratuita;
_ Revisão dos processos da população carcerária do Estado, em trabalho conjunto com outras instituições da Justiça do Maranhão, como TJ/MA e MP;
_ Imediata realização de concurso público para agentes penitenciários para suprir, não apenas as demandas atuais, mas para preenchimento das vagas das futuras unidades prisionais:
_ A urgente construção de novas unidades prisionais nas diversas regiões do Estado;
_ Fiscalização, por meio de visitas da OAB/MA em conjunto com outras entidades, das dependências do local onde foi verificada a rebelião, em Pedrinhas, com o fim de evitar retaliações dos presos envolvidos na tragédia
_ A criação de uma comissão provisória para estudar as possibilidades de uma futura federalização do Sistema Prisional do Estado;
Além desses itens, durante a sessão foram discutidas outras proposições de conselheiros, tais como a criação de uma vara de execuções penais e a denúncia do ocorrido à Corte Interamericana de Direitos Humanos.